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Perspectivas da AIDS no novo milênio
por Lígia Prado

 O nascimento da síndrome


 Los Angeles, fevereiro de 1981. Michael Gottlieb descobre uma nova doença, através de dois homossexuais masculinos com uma forma incomum de pneumonia. Em 3 de julho de 1981 sai na grande imprensa, no New York Times, a primeira reportagem sobre a síndrome.


Mapa 1: publicação da primeira reportagem no New York Times
(03/07/1981, New York NY, mapa solar)

 Nesse mapa, feito para a hora do nascer do Sol em Nova Iorque, Mercúrio evoca pressa, descuido e irresponsabilidade na comunicação. Está associado a Netuno, planeta que rege a ilusão, em Sagitário, indicando, em sua expressão mais baixa, a sintonia com a intolerância - a AIDS era, na época, “câncer gay”. Sagacidade, astúcia, esquemas engenhosos e simulação estavam embutidos no que a imprensa veiculou nesse dia.

 Júpiter e Saturno estão em conjunção - que foi exata em dezembro de 1980, e será de novo logo a seguir, em julho mesmo. Essas uniões dos dois planetas sociais determinam um ciclo de vinte anos nos acontecimentos coletivos. O ciclo que se iniciava tinha a marca de Libra, signo das convenções sociais, regido por Vênus, de cujo nome vem o termo venérea.

 

 
 Analisemos essa conjunção dentro de um quadro de referência mais amplo.
 Entre 1942 e 1957 Netuno transitara por Libra, colorindo os valores da geração hippie: paz, amor, sexo livre e uso de drogas para ampliação da consciência. A geração anterior - Netuno em Virgem, nascida em 1929-42 - acreditara no trabalho, no emprego, na higiene e na ciência como promissora do paraíso na Terra. 

 A conjunção em Libra veio pôr ordem no que se dissolvera pela passagem de Netuno. Em 1980 os nascidos com Netuno em Libra eram jovens adultos, vivendo, de uma forma ou de outra, os sonhos librianos. Os nascidos com Netuno em Virgem estavam na segunda metade da vida, defrontando-se com a crise da perda do sonho. Para os indivíduos dessa geração, a crise foi a oportunidade de usar o poder social de que dispunham. Servidores, nos escalões inferiores, das corporações a que pertenciam, canalizaram a intolerância e as formas convencionais de poder, incluída a manipulação social. 

  Essa conjunção, ao nascer do Sol do dia 3 de julho de 1981 em Nova Iorque, não é visível, subjaz como um estrutura oculta sob o que a imprensa veicula.

 A fase pré-natal

 O CDC - Centers for Disease Control - foi formado em 1946, e nomeado Communicable Diseases Center. A guerra terminara, os antibióticos estavam disponíveis para uso da população civil.
Mudado seu nome porque as doenças infecciosas tinham sido debeladas, em 1976 o CDC alertou contra uma epidemia de gripe, nos moldes da gripe espanhola de 1918 e da asiática de 1957, vacinando a população americana com uma vacina de efeitos tóxicos, que fez as únicas vítimas da epidemia.

 Em 1951 foi criado, como um ramo do CDC, o EIS - Epidemic Intelligence Service. Idealizado por um ex-conselheiro em armas químicas e biológicas do Departamento de Defesa, a função do EIS era monitorar e atacar rapidamente qualquer doença, em seu início. Era a guerra fria, os profissionais recrutados serviam em período integral e por dois anos apenas. Ocuparam depois posições chave no governo, na OMS, nas universidades, na grande imprensa, defendendo as políticas do CDC, cuja verba anual é de dois bilhões de dólares.

 A formação do CDC durante o ciclo Júpiter-Saturno iniciado em 1941 em Touro, onde estava também Urano, mostra a ligação entre as novas tecnologias e a estrutura e atuação das corporações e governos, sob a marca da segurança e do fluxo monetário.

  Ao descobrir os casos de pneumonia em Los Angeles, Gottlieb (lembra dele? está no primeiro parágrafo desse artigo) contatou Wayne Shandera, do EIS, e a MMWR (Mortality and Morbidity Weekly Report), do CDC, publicou as ocorrências. Shandera relatou a James Curran, funcionário da divisão de doenças venéreas do CDC, que organizou uma força tarefa a fim de encontrar casos semelhantes entre homossexuais.
 Não demorou muito apareceram casos em mulheres e crianças, e o termo AIDS substituiu, em outubro de 1982, os anteriores câncer gay e GRID.

 Nascimento do HIV

 Em 1983, o Instituto Pasteur da França obteve, do sangue de um homossexual, partículas de um retrovírus (vírus de RNA), consideradas tóxicas para glóbulos brancos. Robert Gallo, diretor do National Institutes of Health (NIH), ganhou, de Luc Montaigner, uma amostra desse material.
 Washington, 23 de abril de 1984. A secretária de Saúde e Serviço Social, e o pesquisador Robert Gallo, anunciam em uma conferência internacional de imprensa que um vírus é a “causa provável da AIDS”. Nenhum artigo científico tinha sido publicado sobre o assunto.


Mapa 2: anúncio por Gallo da hipótese de um vírus como causador da AIDS
(23/04/1984, 12:00 hs, Washington DC)

No contexto das estruturas e ações corporativas, o momento era propício para a tradução eficiente de organogramas ocultos em ações de engenharia social. O mapa feito para o meio dia dessa data mostra o Sol oposto a Plutão. Mercúrio está de novo retrógrado, como na data da primeira publicação no NYT, vista no mapa 1.

 
Plutão entrara nesse mesmo ano em Escorpião, propiciando a pesquisa e manipulação dos víruses.  A conjunção Saturno-Plutão ocorrera dois anos antes, no fim de Libra. Plutão está em casa em Escorpião, sugerindo tráfico de drogas, genocídio, poder econômico, assuntos ocultos. Tivemos então em 1982 a união dos aspectos restritivos das organizações com o poder compulsivo e absoluto, exterminando de forma impessoal e impiedosa os sonhos de paz e amor da geração com Netuno em Libra. A conjunção Saturno-Plutão sugere também engenharia genética. 

No mesmo ano de 1984 Netuno entrou em Capricórnio, onde também estava Júpiter, naquele abril. O ciclo de poder tinha chegado a um ponto onde a estrutura material era amplamente usada, nem sempre com transparência, a serviço de interesses não explícitos, incluída na trama a delicada manipulação de microrganismos, e a sutil manipulação do medo das pessoas.

 Nesse dia 23 de abril, o Sol, a luz, está no lado oposto do céu.


  A definição de AIDS mudou várias vezes, a primeira em 1986. Nesse mesmo ano o vírus foi renomeado para HIV. Também os testes mudaram, pela impossibilidade de medir os anticorpos específicos para o HIV ou o próprio HIV. Às drogas análogas a nucleosídios (AZT) empregadas no tratamento, acrescentou-se mais tarde os inibidores de protease. Foi também anunciado que o vírus da AIDS muta rapidamente.

 A partir desse ano de 1986 a verba para pesquisas do HIV fluiu abundantemente. Em 1987 começou o uso de AZT em pacientes soropositivos para HIV. O AZT, inibidor da reprodução celular, existia desde 1964. Não fora patenteado por ser muito tóxico. Criado para matar células jovens em pacientes de câncer sob quimioterapia, seu efeito é sentido primeiro nos tecidos cujas células têm reprodução mais rápida, como as da mucosa intestinal e as da medula óssea (células imunológicas inclusive). Mas isso é outra longa história.

 A crítica

 Em 1 de março de 1987, Peter Duesberg, pesquisador de Berkeley, publicou um artigo numa revista científica afirmando que os retrovíruses não são patogênicos, portanto o HIV não é o causador da AIDS. A doença seria causada por um agente ainda desconhecido que pode nem ser um vírus.
 Veja o mapa desse dia para a capital dos EUA.


Mapa 3: publicação do primeiro artigo científico sobre a inocuidade do HIV
(01/03/1987, 12:00 hs, Washington DC)
 

 
 Nessa data Saturno se aproxima da conjunção com Urano, em Sagitário. E um ano depois fará conjunção com Netuno em Capricórnio, estando Júpiter em oposição a essa conjunção. Tudo começara, em 1981, com Netuno em Sagitário, lembra? Agora Saturno e Urano estão passando por esse lugar que Netuno ocupou. A razão e a liberdade se unem contra a fraude. 

 Pode-se traçar a imagem de um visionário, uma “voz isolada”, “certos indivíduos” (sic, no site do NIH) atacando as autoridades. Ou de um idealista defendendo a ciência da fraude impingida por uma corporação de irresponsáveis, corruptos e intolerantes.

  A partir daí - e de um memorando do Departamento de Saúde criticando o NIH por não ter vetado a publicação - Duesberg, apesar de sua reputação, passa a ser perseguido: seu laboratório em Berkeley não consegue mais verbas para pesquisas, artigos seus são recusados pelas revistas científicas.

 Em 6 de junho de 1991, O Grupo para a Reavaliação Científica da Hipótese do HIV/AIDS - cientistas, incluindo pelo menos um prêmio Nobel - assina uma carta aberta para a comunidade científica, cuja publicação é recusada pelas quatro revistas científicas a que foi submetida.
 

 
A conjunção Urano-Netuno de 1821, em Capricórnio, será sucedida pela de 1993, também em Capricórnio. Nesta temos Júpiter em Libra quadrando a conjunção e fazendo um trígono com Saturno. Marte está conjunto a Plutão, em Escorpião. 

 Se os anos seguintes a 1891 viram as guerras de independência de mais de dez países da América, podemos esperar semelhantes rupturas com estruturas agora obsoletas. O controle das organizações tradicionais sobre a propagação de idéias será desafiado. A luta promete ser dura.

 Em junho de 1993 a conceituada revista Bio/Technology publica uma revisão, declarando o teste para detectar o HIV cientificamente inválido.
 
 Duesberg tem sido um defensor, não solitário, de que a AIDS não é causada por um vírus. Em suas publicações, científicas e para leigos, justifica a busca de outras causas pelo fato de não haver provas a favor da hipótese de que o HIV causa AIDS. Diz que o comportamento da AIDS não se parece com o de uma doença transmissível, mas com o de um doença ligada a um estilo de vida: é encontrada em pessoas que consomem drogas imunossupressoras - cocaína, heroína, nitritos ou AZT.

As perspectivas

 Na África, o diagnóstico da AIDS é feito sem o teste do HIV, mas por quatro sintomas: febre, perda de peso, tosse persistente e diarréia.
 A conferência internacional da AIDS que começou em 9 de julho de 2000 em Durban, África do Sul, foi precedida por gestões do presidente sul-africano, Thabo Mbeki, para articular um painel discutindo a hipótese HIV/AIDS.


Mapa 4: abertura da 13a. conferência internacional sobre a AIDS
(09/07/2000, 19:30 hs, Durban AFS)

 O mapa para esse dia mostra que outra conjunção Júpiter-Saturno acontecera. De fato, foi em 28 de maio, em Touro, fazendo quadratura com Urano. Lembrando: a conjunção de 1980 fora em Libra. Estamos num contexto “venéreo”.

 O dia 9 de julho vê Júpiter caminhando para um trígono com Netuno, evocando a materialização de valores de igualdade e liberdade. Urano fala de liberdade na abertura dessa conferência sobre saúde das massas, apoiada pelo sistema econômico - Júpiter-Saturno na casa IV. Um discurso que é político, porque esse mapa mostra que saúde é uma questão política, e de política internacional. Mostra que o poder mundial, Plutão em Sagitário, expressando-se através da manipulação de massa, da genética e da engenharia social, paira acima de tudo, inatingível.

 
 Plutão está em Sagitário desde 1995, trazendo de um lado a possibilidade de regeneração através da visão de mundo, de leis justas, de governos apoiados na ética. De outro, o poder e o assassinato em massa apoiados na intolerância, e a manipulação genética em benefício de uma corporação. O sonho de perfeição de Netuno - e Urano - em Aquário, pode ser traduzido para limpeza étnica, ou sexual, ou qualquer que seja o critério do genética ou socialmente correto. A outra tradução é a valorização da solidariedade entre seres humanos. 

  Steven Lanka, analisando a inconsistência da hipótese HIV/AIDs, lembra que toda essa história não teria acontecido se tivéssemos ouvido Ivan Illich, prevendo na década de 70 algo assim, se continuássemos a colocar nossos corpos nas mãos de autoridades externas, em lugar de assumirmos, cada um de nós, a responsabilidade pelo seu.

 A história da AIDS ilustra o grande desafio do começo do milênio: colocar as instituições no lugar que lhes corresponde dentro de um quadro de referência mais amplo, que ultrapassa o âmbito das relações convencionais e da estrutura social, e se alarga na criatividade solidária, no sentimento inclusivo, e na regeneração abrangente.

  Em termos astrológicos, podemos interpretar esse panorama dentro do âmbito das conjunções vintenais de Júpiter e Saturno e pensar que o atual ciclo, iniciado em maio, é o início da volta à realidade, e portanto a verdade sobre o episódio AIDS será estabelecida e a segurança voltará.

 Mas se optarmos por interpretar esses sinais dentro do quadro de referência maior, as conjunções de Saturno com os transaturninos, ocorridas no período 1982-89, têm que ser consideradas. O poder de manipulação da sociedade está estruturado não na força, mas na persuasão e na criação de costumes, do socialmente correto; a tecnologia que une extremos do mundo, e a valorização de um governo mundial racional, estão sendo apropriadas pela estrutura de poder preexistente.

 
Comparando, vejamos o período anterior, as mesmas conjunções de 1942-53. Tivemos o desenvolvimento, e a utilização pelas estruturas sociais, da tecnologia da informação; a concentração e uso impiedoso do poder econômico pelos governos de poucos países; e a estruturação da fantasia de bem-estar pela valorização do que a média da sociedade propõe como desejável.

 A ciência está sendo questionada. Evidentemente, o primeiro questionamento é sobre a probidade dos cientistas. Mas, indo mais fundo e mais largo, a própria ciência é questionada no seu aspecto ético quando se percebe a possibilidade de criar em laboratório um organismo vivo patogênico.

 E indo mais longe ainda, a ciência é questionada em seu paradigma quando, apesar de todo o conhecimento acumulado e dinheiro envolvido, equipes de pesquisadores dos países mais desenvolvidos do mundo não conseguem demonstrar a existência de um vírus.

 A conjunção Saturno-Plutão, comentada no mapa 2, traz uma mensagem sobre os limites do homem. Talvez a vida não possa ser criada por uma espécie sujeita às restrições do tempo e do espaço, no nosso pequeno planeta.


(Muitas fontes foram consultadas para esse artigo, posso fornecer detalhes por email. O ponto de partida para chegar a elas foram os sites do NIH, em inglês, e da TAPS, em português.)
 

Lígia Prado
12 de Dezembro de 2000

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